Será que é cola? #Adesivo? Ou talvez #ventosas? Ou mesmo unhas extremamente fortes que lhes fornecem habilidades estrondosas? Todas estas perguntas ficam na nossa cabeça quando observamos uma #osga pendurada no teto! Desde logo simplesmente, deves pensar: “como é que ela não cai?” E de facto, a minha questão de hoje é exatamente essa, que habilidade têm estes #animais que lhes permite tal feito? Já alguma vez foste apanhado de surpresa quando ias tirar cartas do correio e de repente apareceu uma amiguinha destas? Ou mesmo, nas tuas janelas, já alguma vez te deparaste com um ou mais exemplares destes na parede? Se viveres num prédio, e se pensares bem nisto, muitas vezes estes répteis estão no segundo, terceiro andar, serenas, perto das janelas, então elas tiveram que trepar a parede… é caso para se dizer que são mestres em escalada!
Phelsuma madagascariensis
E neste caso, não necessitam de diversos acessórios que o Humano precisa quando faz uma atividade destas, pois elas têm as suas magníficas patas! Além disso, vertigens não é algo que estes animais possuem, de facto! Estes animais aproximam-se muitas vezes das casas pois estão á caça de insetos, principalmente quem vive no campo e tem gado, sabe que o melhor para manter a população de insetos reduzida, são as #osgas, por isso, lembra-te da importância destas, no equilíbrio dos ecossistemas que integram da próxima vez que te cruzares com um exemplar desta família. Vamos então saber mais sobre este tema tão curioso dos fantásticos #Gekkonidae (#geckos, vulgarmente chamados de #osgas). Na verdade, não é cola que existe nas patas… nem adesivo ou ventosas… são, nada mais, nada menos, que… pêlos! Os dedos dos geckos podem ser direitos e mais finos, ou variar, sendo curvos ou alargados ou até mesmo ter patas espalmadas. Na face inferior das patas, estes répteis têm fileiras de escamas constituídas por inúmeros pêlos extremamente pequenos, sendo estes ramificados por centenas de cerdas, cada uma termina numa placa em forma de disco – a espátula (em que se apoiam os dedos). São então, até aqui, os pêlos e as ramificações (cerdas) que são responsáveis pela adesão das osgas às variadas superfícies. Paralelamente a isto, há outro mecanismo, estes répteis conseguem ligar/desligar esta propriedade que possuem nas patas, pois, talvez já tenhas reparado que num momento uma osga está perfeitamente imóvel, e no outro já está a descocar-se rapidamente na parede. Como é que faz isso? Tal como as #aranhas e #insetos, estes #répteis também desenvolveram, de forma independente, o mesmo sistema de adesão.
Pata de Gecko (Phelsuma sp.)
Nem sempre se compreendeu como é que estes animais conseguiam trepar, escalar, e permanecer de cabeça para baixo, muitos estudos foram realizados com o intuito de revelar a verdadeira razão por detrás deste mecanismo, seria atrito? Aderência capilar? Atração electroestática e forças físicas de Van der Waals (atração/repulsão)? Estudos revelaram que forças eletrostáticas estão presentes na adesão das patas. Pêlos e cerdas podem deformar-se/adaptar-se de modo a criar um maior contacto com superfícies mais rugosas, isto resulta, segundo estudos, em inúmeros locais de contacto, cada um destes carregando uma carga – daí se falar em forças eletrostáticas. É quase como quando ficas com os “cabelos em pé”, e te dizem “estás com eletricidade estática”, trata-se de física e química. No então, podes continuar com a dúvida: “como é que elas não caem?” Já compreendemos os mecanismos que as fazem conseguir escalar paredes, mas e no teto? De cabeça para baixo, é talvez, mais difícil? Serão as quatro patas suficientes para aguentar o seu peso? Na verdade sim, senão não conseguiam permanecer assim. Uma curiosidade, a força (física e química) dos pêlos e cerdas que vos referi, é intensa o suficiente para conseguir suportar um peso, segundo estudos, de cinquenta vezes superior ao do #animal. E isso é de facto, impressionante.
Tarentola mauritanica
E esta foi mais uma das fantásticas habilidades que vos trouxe no artigo de hoje, que proporcionam aos répteis mecanismos bastante peculiares de sobrevivência, que muitas vezes fazem a diferença entre viver ou não mais um dia, reproduzir-se ou não, passar ou não os genes à descendência e permanecer ou não a linhagem da espécie. É uma cascata de acontecimentos.
Mais informações: https://academic.oup.com e https://aip.scitation.org