Foto de apresentação: #Atheris hispida – Bree McGhee [Flickr]
Existem inúmeras superstições relacionadas com as #serpentes, e na sua grande maioria, afirmam que estes animais são seres repugnantes e agressivos, sendo a luta pela preservação destes #répteis um trabalho exaustivamente difícil. Muitas populações estão ameaçadas pela destruição e fragmentação de habitat. O facto de não serem animais fáceis de se gostar, por toda a mitologia em que estas muitas vezes são inseridas, e pelas populações à escala global, que muitas vezes têm ódio a estes animais, e nem sabem bem porquê, torna a #preservação e proteção destes exemplares um caminho árduo. Mas, afinal de contas, muitas #serpentes não são portadoras de #veneno, muitas #serpentes são amistosas, e até se afastam o mais que podem dos Humanos, obviamente que se se, sentirem em perigo ou encurraladas a natureza delas diz-lhes primeiro para fugirem, e se não o conseguirem fazer, têm que se defender com as armas com as quais a mãe natureza as presenteou. Sendo assim, não são tão diferentes de nós, como queremos fazer passar, não é? Para além disso, são animais que vale muito a pena conhecer, além de serem dotados de cores e de padrões extremamente únicos, são também importantes para o equilíbrio do meio que integram, temos que ter consciência que todos os seres vivos existem e têm um papel no equilíbrio do ecossistema que integram, e muitas vezes somos nós, Humanos, que criamos uma instabilidade no meio, e os animais têm que se adaptar inúmeras vezes, e uma das maneiras que encontram de ultrapassar determinadas imposições é por exemplo, aproximando-se das casas em busca de alimento, quando este escasseia. É por tudo isso que hoje decidi trazer-vos o fantástico exemplo de um género em particular: #Atheris, que pertence à família das #víboras. Conhece então as vulgarmente conhecidas como: as #víboras-das- árvores!
Atheris hispida – Bree McGhee [Flickr]
A família #Viperidae, que aglomera as conhecidas víboras, é caracterizada por animais geralmente robustos, de cabeça bem diferenciada e olhos com pupilas elípticas verticais, os ossos da maxila superior são curtos, e dotados de um único par de ganchos ocos, que se mostram e avançam quando o animal desfere uma dentada. Quando isso acontece, os grandes músculos da maxila exercem uma pressão significativa sobre as glândulas de veneno situadas em ambos os lados da cabeça do #réptil. Já alguma vez reparaste no formato triangular da cabeça das #víboras? Se sim, nunca te questionaste o porquê desse formato tão definido e tão característico? Bom, são exatamente os volumosos músculos e as glândulas que albergam o veneno, que dão à cabeça das #víboras uma forma mais larga, e de formato triangular. O veneno das #víboras proporciona a quem for injetado com ele, um efeito tóxico, afetando sobretudo os tecidos e o sangue da vítima. O ataque da víbora é quase sempre brilhante, e a vítima não tem quaisquer hipóteses aquando uma investida de um animal destes. Alimentam-se sobretudo de vertebrados, desde #anfíbios como por exemplo as #rãs, até mamíferos! Uma curiosidade interessante é o facto de, algumas espécies que constituem este género serem #vivíparas.

Atheris squamigera – Stéphane Magnenat
Agora sim, focando-me essencialmente no género Atheris que contém espécies com cores extravagantes e belíssimas, as fantásticas: “víboras-das-árvores” ou “bush #vipers”! São então, #serpentes #venenosas, com um comprimento máximo de 60 a 80 centímetros. Caracterizadas por terem uma cauda preênsil, pois são répteis essencialmente arborícolas, bem adaptadas ao modo de vida nas árvores, são predadoras de emboscada, e maioritariamente caçam durante a noite. O seu #veneno é fortemente hemotóxico, e quando o injeta pode causar dores fortes, inchaço e complicações ao nível da coagulação sanguínea. São caracterizadas por cores extremamente vivas, podendo variar imenso, desde cores amareladas, castanhas, vermelhas, verdes, podendo existir uma diversidade imensa de diferentes espécies, dentro do mesmo género. Têm o corpo coberto de escamas que muitas vezes se parecem com pequenas folhas secas ligeiramente eriçadas, o formato das mesmas, no seu conjunto fazem com que a víbora se assemelhe a um #dragão. A sua distribuição geográfica concentra-se na África Subsariana, particularmente em florestas húmidas, havendo algumas populações fragmentadas, restritas às florestas. Exemplos de espécies do género #Atheris são: Atheris chlorechis que normalmente têm cores esverdeadas a cobrir-lhe as escamas, Atheris ceratophora que além das escamas salientes que lhe cobrem o corpo, têm também algumas escamas salientes acima dos olhos, que se assemelham com chifres, ou com umas pestanas alongadas! Ou por exemplo, a Atheris hispida em que normalmente os machos desta espécie têm o focinho mais curto e redondo. Algumas espécies de Atheris têm as suas populações ameaçadas, nomeadamente pelo comércio ilegal de animais e/ou pela destruição de habitat.
Há que compreender então, que antes de fazermos afirmações que podem prejudicar em grande escala estes animais, procurarmos primeiro obter a informação essencial para termos o conhecimento necessário sobre estas espécies. Afinal de contas, «o saber não ocupa lugar», e em muitos casos, é imprescindível termos esse mesmo “saber” de modo a conservarmos o que é tão importante para o bom funcionamento e o equilíbrio do planeta que todos nós partilhamos.