Olfato. Visão. Audição. Paladar. Tato.
Os cinco sentidos, correto? No entanto, para além da visão, olfato, tato, paladar e audição, as serpentes têm outras invulgares vias de recolher informação do seu meio envolvente. A dieta dos #ofídios (grupo que integra as #serpentes) é muito diversificada, todos se alimentam de animais, só que alguns têm o corpo adaptado a um determinado tipo de presas, como por exemplo espécies que matam por constrição – podendo alimentar-se desde ratos a veados, dependendo da sua dimensão corporal. Existem ofídios que apenas se alimentam de rãs, ou peixes, ou mesmo #caracóis! Outros alimentam-se de ovos, e no artigo: “Flexibilidade das #mandíbulas – nos #ofídios” referi tudo isso, e ficaste a saber mais sobre estes fantásticos animais. Para completar esse tema, neste artigo vou-vos falar de como é que estas caçadoras conseguem chegar até às presas, como percecionam onde elas se encontram, e como captam as #vibrações do ambiente. Interessante, não é? Vamos então, saber mais sobre os #órgãos dos sentidos nas #serpentes!
Todos os #ofídios possuem características sensoriais próprias que servem para detetar as suas presas. Os olhos da maioria das #serpentes quer diurnas ou noturnas, são bastante pequenos, no entanto há exceções, existem ofídios com os olhos grandes, pupilas redondas, e em algumas espécies que habitam em locais fortemente ensolarados, a retina é protegida por uma lente de cor cinzento-âmbar. Ofídios fossadores são capazes de ouvir a presa a remexer a terra, no entanto, regra geral estes #répteis não usam os ouvidos para detetarem presas – essa função encontra-se confiada a outros sentidos, bastante impressionantes, queres saber quais? Bom, com certeza já observaste um #ofídio com a língua de fora, reparaste no formato da língua? Não é uma língua igual à tua, pois não? Trata-se de uma língua #bífida. Para que serve? Será que sente o sabor dos alimentos como a tua língua? Na verdade, esta língua é especial, trata-se de um órgão táctil, serve sobretudo para captar sinais químicos do ambiente, e as moléculas recolhidas no ar ou no solo são analisadas pelo órgão de #Jacobson – localizado no palato – que dá ao #réptil a possibilidade de perseguir uma presa, reconhecer a presença de um #predador ou encontrar um(a) possível companheiro(a)

#crotalus mitchelli
Nalgumas espécies, a visão e a audição são relativamente fracas, no entanto todas elas possuem o paladar e o #olfato bastante desenvolvidos. A língua bífida permite também compensar estas carências sensoriais que possuem. Os ofídios não têm #pálpebras, mas sim membranas transparentes que lhes cobrem os olhos. A sensibilidade do sentido da visão pode variar. Algumas espécies mal conseguem distinguir a luz ao passo que outras, de hábitos diurnos ou #arborícolas, possuem uma excelente perspicácia visual, embora na maioria sejam mais sensíveis ao movimento que às formas, em si, podemos então partir do princípio que os órgãos dos sentidos destes animais estão relativamente adaptados ao ambiente onde estes répteis vivem, ou seja, há variação entre eles, não há uma regra geral que os defina a todos, e isso é muito importante em #biologia, termos sempre em conta que nada é fixo, existem sempre exceções à regra, que têm que ser tidas em consideração quando se tentam fazer generalizações.

#Corallus caninus
Algumas espécies noturnas têm a pupila do olho em forma elíptica, orientada verticalmente, abrindo-se bastante quando a iluminação é fraca. #Ofídios, desprovidos de ouvidos externos, são bastante sensíveis a frequências baixas, no entanto não distinguem os sons das frequências altas, como é o exemplo da fantástica cascavel, este réptil é característico de fazer o som de “guizos” com a cauda, no entanto, não os ouve. Estas características impressionantes tornam estes #répteis exímios caçadores mas não acaba aqui, pois é, há mais! Sabias que, por exemplo, a pitão é um ofídio que beneficia da estrondosa capacidade de conseguir detetar fontes de calor? São dotados de um sistema sensorial que lhes permite detetar raios infravermelhos, mas como? Estes animais têm uma fosseta termossensível situada entre o olho e a narina nalgumas espécies, ou no “lábio”, noutras espécies. Esta capacidade de extrema sensibilidade permite a estes caçadores detetar presas, em plena escuridão.
E é por estas e outras características que estes répteis são considerados #caçadores exímios. São animais notáveis e extremamente interessantes, no entanto, já sabes que há sempre mais para descobrir sobre o fascinante mundo dos #répteis, continua atento às novidades, vale tanto a pena, não vale?