Do tamanho de um dedo mindinho, ou muitas vezes do tamanho de um fósforo! Dirias que ainda são pequenas crias, bebés? Na verdade, já são #répteis adultos, e estou a referir-me aos #camaleões pigmeu. Se ainda não os conheces, acredita que vale a pena conhecer, não só pelo seu tamanho, que os torna bastante interessantes e desde logo animais encantadores, parecem “uma gota num oceano”, como diria #Newton, porquê? Bom, já imaginaste uma floresta, com tudo o que a identifica, e depois, um réptil com um tamanho tão reduzido, num habitat tão grande? Não será o único animal pequeno que faz jus no habitat que íntegra, por vezes, até pode ser uma mais-valia, não notarem que ele está ali, não repararem nele. No entanto, não só são extremamente interessantes por isso, mas também, por habilidades que possuem que os torna ainda mais extraordinários. Dou-te a conhecer neste artigo, alguns exemplos de camaleões pigmeu, extremamente curiosos.

Rhampholeon spectrum – Bernard DUPONT
Começo por falar do espetacular Camaleão Pigmeu da Serra da Gorongosa (#Rhampholeon gorongosae), perfeitamente camuflado, alimentam-se de #térmitas e outros pequenos #insetos, habitam a floresta húmida no Parque Nacional da Gorongosa, em África, Moçambique. Estes animais em particular, não são espetaculares no que diz respeito a ter uma cauda preênsil, no entanto, a sua língua que faz de catapulta é extremamente poderosa. Contrariamente a outros camaleões, os camaleões pigmeu não passam a vida nas árvores, preferem a parte inferior do meio ambiente que os envolve, ou seja, em vez de permanecerem em ramos de árvores, estão normalmente mais associados à vegetação inferior. No entanto dependendo da altura do dia, estes podem estar a repousar nos ramos das árvores, normalmente isso acontece de noite. Os camaleões-pigmeu do Natal (#Bradypodion thamnobates) são dotados de cores radiantes, e a sua alimentação é à base de insetos. Em #Madagáscar, por exemplo, a espécie #Brookesia superciliaris é também um exemplo de um camaleão pequenino, e este tem a característica de ter a forma de… folha seca! O que lhe dá a vantagem de, em caso de perigo, ser confundido com uma folha seca, e como compreendes, para predadores esfomeados, uma folha seca é bastante dissuasora! Também o #camaleão-pigmeu-ocidental (Rhampholeon spectrum) tem a forma e a cor de uma folha seca!

Rhampholeon temporalis – Hexasoft
Brookesia micra é de facto, considerado um dos camaleões mais pequenos descritos até agora, o que não quer dizer, que futuras observações e investigações nesta área, não possam mudar esta afirmação, é uma constante descoberta, e a natureza consegue sempre surpreender-nos. Este pequeno camaleão encontrado em Madagáscar cresce até mais ou menos 30 mm (medindo-se do nariz ate à cauda), consegues imaginar? Estes animais estão em perigo, particularmente devido à perda de habitat, exemplo disso, é também o Brookesia desperata, a palavra “desperata” lembra-te alguma coisa? Na verdade trata-se de uma espécie ameaçada, daí te fazer lembrar a palavra “desesperado”, de facto, é mesmo esse o significado, também eles são habitantes de Madagáscar.

Rhampholeon moyeri – Martin Nielsen
Em estudos foi descrito que, os camaleões mais pequenos conseguem desenrolar a sua língua a uma velocidade espantosa, ultrapassando o conhecimento que se tinha até aquela investigação ser realizada. #Rhampholeon spinosus foi um dos camaleões estudados no projeto, verificando-se que, a projeção da sua língua equivalia a uma aceleração de «zero para 96 quilómetros por hora, num centésimo de segundo!» Bastante extraordinário, não concordas? A questão que se colocaria é: como? Como é que conseguem tal feito? Os cientistas que estiveram envolvidos no estudorevelaram que o segredo deste mecanismo residia, na capacidade que os camaleões têm de «carregar a energia necessária em tecidos elásticos da própria língua o que faz aumentar a força do músculo». Já alguma vez jogaste ao arco e flexa? Bom, podemos fazer uma analogia, é quase como esse movimento que fazemos de puxar o arco para lançar a flexa. Podemos compreender o porquê de isto acontecer neste animais mais pequenos, se pensarmos na proporção do tamanho dos animais relativamente ao seu metabolismo, pois, animais mais pequenos, geralmente, possuem um metabolismo mais rápido, logo «necessitam de mais alimentos por quilo de peso corporal». Presumivelmente, havendo uma melhor eficiência na captura de alimento, estes répteis conseguem uma maior taxa de sucesso quando caçam.
Se algum dia, quando viajares, tiveres a felicidade de encontrar um ser vivo destes, não te esqueças de não o mover do local onde o observaste, a comunhão com a natureza passa pelo respeito por ela, e isso significa, ter respeito por todos os que dela dependem e com ela convivem. No entanto, se tiveres essa sorte de vislumbrares algum animal envolto no seu meio natural e que seja difícil de observar, leva essa lembrança na tua mente, pois momentos de tamanha beleza como esses são raros, ou fotografa, mas sempre tendo em conta que o animal estava ali primeiro e aquela é a sua casa, não gostavas de ser perturbado na tua, pois não? Então, tenta manter a distância suficiente para não o assustar ou causar qualquer dano ao seu meio natural. Afinal de contas, a “nossa casa” é a mesma para todos, quer sejam #répteis, #anfíbios, mamíferos, peixes, aves, #insetos, #aracnídeos ou plantas, e isso é algo fundamental que jamais um Humano, provido de inteligência, deve esquecer, seja qual for a circunstância.