Quando vês uma imagem de um leão e de uma leoa africanos adultos, consegues desde logo dizer qual é o macho e qual é a fêmea, certo? Fazes isso quase instantaneamente pois as características morfológicas que se observam desde logo não deixam dúvidas de qual é qual.
Agora, fazendo o exercício com outros animais: os répteis. Se olhares para uma iguana-verde (Iguana iguana) macho e uma fêmea, ambos adultos, mesmo sem saberes dizer qual o macho e qual a fêmea, consegues apontar características diferenciadoras que observas logo, a olho nu. Queres uma dica? Os robustos machos desta espécie apresentam colares, cristas dorsais e cores brilhantes! Pois é, a isso se chama dimorfismo sexual, quando apenas numa observação preliminar, consegues evidenciar diferenças físicas em indivíduos pertencentes à mesma espécie! Nos répteis, em particular no grupo dos lagartos, bastante elegantes, estes fantásticos animais são os que apresentam uma diferenciação entre macho e fêmea mais acentuada. Sabias que há machos que têm adornos na cabeça bastante diversificados? Como é o caso do camaleão-de-Jackson (Chamaeleo jacksonii), já ouviste falar? O macho tem três chifres pontiagudos na zona frontal da cabeça. Não é curioso? Pois é! Há tanta diversidade de estruturas! E no caso da iguana marinha (Amblyrhynchus cristatus), quando se depara com uma competição territorial, o macho parece maior e mais poderoso pois exibe a sua crista dorsal de extensas escamas, fazendo-se de mais forte face ao seu adversário. Belo engenho, não? As cores também são um fator muito importante, no caso dos lagartos, em particular os lagartos-de-água (Lacerta schreiberi), endémicos da Península Ibérica, são um exemplo de acentuado dimorfismo sexual, sabias? O macho é dotado da cor verde e amarelada no abdómen com pintas pretas que faz um grande contraste com a tonalidade que adquire na altura de reprodução, a sua garganta adquire a cor azul resplandecente que se estende muitas vezes por toda cabeça. As fêmeas também podem apresentar a garganta azulada mas não tão bonita e notória como nos machos! O que significa que a coloração destes animais e de outros desta classe sofre uma transformação na época de reprodução, fazendo com que os machos se tornem mais atraentes para as fêmeas! Pois é, belo trunfo que têm!

Lacerta agilis
Então, e as famosas serpentes? Dotadas de cores belíssimas e de padrões únicos no reino animal? Será que é fácil saber se estamos perante uma fêmea ou um macho? Bom… neste caso, ambos os sexos têm cores fascinantes e a olho nu, não é uma tarefa fácil. No entanto, uma curiosidade, sobre em particular, jiboias (ou boas) e pitões, estas têm vestígios dos seus antepassados, sim! Vestígios dos ossos ilíacos enterrados no seu corpo e patas posteriores rudimentares sob a forma de esporão, sendo que nas fêmeas é pouco notório, mas nos machos conseguem ser bem visíveis principalmente na época de reprodução. No caso das tartarugas e dos crocodilos esta tarefa também é difícil, não existe de facto, um dimorfismo sexual apreciável, não há uma regra fixa que possamos seguir para todas elas de modo a diferenciar os sexos, no entanto, normalmente os cágados e os crocodilos machos são maiores que as fêmeas, ao contrário do que ocorre nas cobras e nas tartarugas marinhas, onde as fêmeas superam os machos no tamanho. Os répteis são de facto extraordinários pelos mecanismos que arranjam para sobreviver no seu meio, guardando muitas “armas secretas” para usar apenas quando se sentem ameaçados, ou na época de reprodução, evidente nos machos de diversas famílias desta classe, quando necessitam de se exibir para serem recompensados e passarem os seus genes à descendência!
Queres saber mais sobre estes fantásticos seres vivos? Então mantém-te atento aos artigos semanais do blog do reptilário, há sempre coisas novas para descobrir e conhecimentos para adquirir sobre estes animais tão peculiares e diversos! Embarca na aventura e alimenta essa curiosidade!