Foto de apresentação:  #Langaha madagascariensis – Alextelford [wikipedia]

Langaha #madagascariensis (família #Pseudoxyrhophiidae, género Langaha), uma espécie #arborícola, endémica e residente em #Madagáscar sendo o seu habitat preferencial as florestas, e desde logo por aí podemos perceber quais os riscos aos quais os exemplares desta espécie estão mais expostos… perda de habitat através de acções como a extração de madeira e uso de terrenos para agricultura, no entanto, esta espécie encontra-se na categoria de LC (Least Concern), pela lista vermelha (red list) da #IUCN (International Union for Conservation of Nature).

Uma das suas características mais evidentes é sem dúvida, o seu prolongamento nasal, que se reparares bem, tem uma forma incomum, o que ajuda quando se querem confundir com o meio, entre os ramos, por exemplo, pois assemelha-se a uma folha seca, ou à extremidade de um ramo! Mas para que serve este apêndice? Em 2005 Krysko K., propôs uma hipótese, serviriam os prolongamentos nasais como ponto de referência durante a perseguição de presas?

Curiosamente algumas plantas existentes em Madagáscar têm as suas vagens suspensas, e o seu formato/silhueta torna-se bastante similar ao corpo de L. madagascariensis (com o prolongamento incluído). Em 2012, Tingle JL., afirmou que esta espécie ao se mover apenas por breves períodos de tempo, balançando a cabeça para um lado e para o outro, beneficiando do vento para o seu movimento, podia assemelhar-se bastante a um simples galho movendo-se ao ritmo do vento.

Langaha madagascariensis – Anauxite [Wikipedia]

O que é um engenho de camuflagem bastante interessante e claro, assim é uma forma de esta espécie também passar despercebida! Além do seu prolongamento nasal, também a sua coloração facilita a #camuflagem, tons de castanho, avermelhado e bege cobrem o seu corpo, havendo algumas variações entre machos e fêmeas.

Langaha madagascariensis – Masika sipa [Mada Magazine]

Existe #dimorfismo sexual nesta espécie, quer nos prolongamentos nasais, quer na coloração do próprio corpo, pois as fêmeas normalmente têm cores menos coloridas que os machos, as extensões nasais, no caso das fêmeas não têm um formato liso, pelo contrário, têm irregularidades, assemelhando-se por vezes a uma folha seca, em contrapartida, no caso dos machos, o seu prolongamento é em formato de lança, esticado e liso, sem irregularidades, como um galho de uma árvore.

Isadora Pombeiro

Referências

Krysko, Kenneth (2003). ‘#Reproduction in the Madagascar leaf‐nosed snake, langaha madagascariensis (Serpentes: #Colubridae: Pseudoxyrhophiinae)’, African Journal of Herpetology. 52. 61-68. 10.1080/21564574.2003.9635478.

Kenneth L. Krysko (2005). ‘Feeding behaviour of the #Madagascar leaf‐nosed snake, Langaha madagascariensis (Serpentes: Colubridae: Pseudoxyrhophiinae), with an alternative hypothesis for its bizarre head structure’, African Journal of Herpetology, 54:2, 195-200, DOI: 10.1080/21564574.2005.9635534

Tingle JL. (2012). ‘Field observations on the behavioral ecology of the Madagascan Leaf-Nosed Snake, Langaha madagascariensis’, Herpetol Conserv Biol; 7:442–8